Nos últimos anos, nunca se falou tanto em saúde. A evolução digital, redes sociais e padrões estéticos já mostravam como o bem-estar emocional e mental das pessoas é essencial para a qualidade de vida. Então, uma pandemia chegou e mudou a rotina de nossas vidas. Quase 2 anos depois, com uma boa dose de isolamento social, home office e relações modificadas, nos atentamos novamente a esse tema de extrema importância: como anda a saúde mental das pessoas?
O G5 Talks, projeto por meio do qual lideranças empresariais trocam experiências e aprendizados com o time da G5, contou dessa vez com a presença do Dr. Rui Brandão, médico, com experiência em Portugal, Brasil e EUA, CEO e Co-fundador do Zenklub, plataforma de saúde emocional que atende mais de 1.5 milhões de pessoas no Brasil.
Tirando a ideia do papel
Rui destaca o início de sua trajetória, com muita vontade de atuar nos hospitais brasileiros, em que a necessidade de médicos é muito maior do que na Europa. Ele afirma como as características do mercado nacional, como boa comunicação e heterogeneidade cultural, o atraíram mais do que o meio acadêmico e hierarquizado de Portugal.
Ele comenta que, em determinado período, ao ver na família um caso de Burnout, inúmeras questões se levantaram: como as pessoas não conseguem antever as mudanças comportamentais de si mesmas e outros? Por que a busca por ajuda profissional é tão tardia? “Eu entendi que isso era um tabu e acima de tudo, era pela falta de um sistema de saúde emocional. Nós estamos muito condicionados a ir a um hospital quando temos um problema e não para checar como nossa saúde está”, afirma.
A partir daí, cria junto ao sócio, em 2016, o Zenklub. Sobre o cenário, ele comenta como “o brasileiro é mais aberto à terapia, e ao falar de emoções, é mais expansivo. E também digitalizado”, o que abriu portas para a empresa.
Zenklub hoje
Rui destaca a evolução da marca e como a pandemia quebrou muitas crenças que limitavam o negócio, ampliando a atuação. Ele conta que, agora, a empresa se posiciona mais como uma empresa de saúde, pensando também em escala, pois, devido o coronavírus, o crescimento foi rápido e intenso, fazendo todos se adaptarem para atender a nova demanda. “Do mês de fevereiro para março, os cadastros que eram de 70 profissionais passaram a ser de 1.000. Isso muda o jogo”.
O médico comenta que esse cenário convenceu muitos que ainda duvidavam do negócio. Profissionais que resistiam a esse novo modelo de mercado, se viram querendo se unir à empresa para oferecer seus serviços. Além disso, os brasileiros abriram os olhos para o tema da saúde mental, que tão rapidamente se deteriorou nesses anos de crise sanitária.
Rui afirma que a marca hoje mira em ser uma parceira estratégica, que foca na saúde mental corporativa. Para isso, ele comenta que alguns fatores, como ambiente e cultura, mudança de dentro para fora, pode auxiliar os líderes nessa missão. “Para termos maior impacto na saúde da sociedade e do indivíduo, a gente tem que mudar o ambiente e isso é cultura. É ajudar a liderança a se desenvolver para esse momento”, ele explica.
O futuro da saúde mental
O médico ainda comenta que o Zenklub tem percebido o crescimento e importância da telemedicina, aumentando o acesso da população à saúde e integrando serviços em toda a jornada do paciente. Ele afirma que a saúde mental sempre foi uma especialidade negligenciada pelas pessoas e que acredita que a marca se tornando um grande player, pode aumentar o potencial de barganha com outras instituições.
Rui finaliza dizendo que seu inconformismo em relação ao mundo, vem da “vontade de criar coisas que importam. É por isso que vejo cada vez mais o tema saúde mental como educação emocional”.