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Autores da obra “Brasil: Paraíso Restaurável” falam sobre futuro sustentável

julho 2023

A edição do G5 Talks de outubro discutiu um tema de extrema relevância e atual: os alicerces para a construção de um futuro mais sustentávele próspero. Para debater o assunto, convidamos os autores do livro“Brasil: Paraíso Restaurável”, Jorge Caldeira, Luana Schabib e Julia Marisa Sekula. O G5 Talks é um projeto por meio do qual lideranças empresariais trocam experiências e aprendizados com o time da G5. No bate-papo com a participação dos sócios, Eduardo Caldeira e Levindo Santos, os autores falaram a respeito de questões urgentes do modelo econômico das primeiras décadas do século 21, em que o meio ambiente passa a ocupar o centro da agenda global. A natureza preservada estará no centro do processo de criação de valor econômico — um novo contexto que dá ao Brasil a oportunidade de desempenhar um papel protagonista. Os autores desafiam o paradigma atual no qual desenvolvimento econômico é um contraponto ao uso racional dos recursos da natureza. “Podemos ter desenvolvimento econômico com uso sustentável da natureza. A pandemia atual [covid-19] mostrou mais uma vez que boa parte das teorias econômicas não contemplam coisas profundas. E a natureza é uma delas”, afirma Julia. De acordo com o trio, os dados mostram que o Brasil possui uma capacidade de geração de energia de fontes renováveis, como eólica e hidrelétricas, em uma magnitude que causa surpresa até para quem está envolvido no assunto. Luana destaca o fato de a matriz energética brasileira ser das mais limpas do mundo. “Muitos brasileiros não têm ideia de como estamos à frente nesses assuntos”, finaliza Julia.

Apesar disso, Jorge Caldeira chama atenção para o fato de o país ainda apresentar um arcabouço institucional e regulatório pouco eficiente. De acordo com ele, Alemanha, Índia, Cazaquistão, Estados Unidos, União Europeia e China são alguns dos exemplos de países que têm adotado um novo modo de pensar em seus planejamentos estratégicos. “Com a energia renovável se impondo a uma velocidade estonteante, grandes economias passaram a empregar Planos de Metas Ambientais como norte em seu planejamento de longo prazo.” Em março do último ano, a UE anunciou que em 2050 terá 50% de energia renovável e mudou seu método de execução. “Agora, a empresa que quiser apoio do Estado para se recuperar da crise da covid-19 tem que aderir a metas ambientais e ter programas ambientais. Toda a liberação do dinheiro está atrelada a essas metas.” Atualmente, o planejamento estratégico está atrelado à economia de carbono livre, diferentemente da década de 70, quando as nações se guiavam pelo exclusivamente pelo crescimento do PIB, complementa Caldeira. “Isso já vinha sendo construído desde os anos 70 e 80. Mas a crise da covid-19 fez o quadro progredir extraordinariamente.” Ainda segundo o autor, de 2000 a 2020 houve um aumento de 150 vezes na produção de energia solar e eólica no mundo. Em 2020, por causa da covid-19, as fontes de energia renováveis superaram pela primeira vez as de carvão, petróleo e gás.

“O Brasil não realizou nenhum esforço consciente para essa transição: não criou leis e não faz parte dos programas brasileiros a transição para a energia limpa. Ainda assim, o Brasil está na frente dos outros. ”Apesar desse contexto, Jorge Caldeira explica que “graças à sua história e sua cultura, nosso país construiu uma realidade energética que lhe permite aspirar à posição de grande potência nesta nova forma de organizar a economia. Sua natureza exuberante, vista de um novo ângulo, aparece como base da produção futura”. Fica a pergunta: “Podemos. Mas queremos ou não um papel de protagonismo neste novo mundo?”

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