Voltar

Fusões e aquisições crescem mais de 40% no Brasil

janeiro 2024

Setores ligados à infraestrutura, saúde e tecnologia devem ser os destaques nos próximos anos. A recuperação econômica tem movimentado o mercado de fusões e aquisições no Brasil. Dados recentes da consultoria KPMG mostram que foram concretizadas 1.231 transações em 2019. Houve um salto de 27,3% em comparação com 2018 em que foram realizadas 967 operações. Este é o terceiro ano consecutivo de quebra de recorde, com 830 transações em 2017. Segundo o sócio-sênior da G5 Partners, Levindo Coelho Santos, os dados refletem a retomada do crescimento após o Brasil ter passado pela maior recessão econômica de sua história. “A agenda liberal adotada pelo governo após 2016 levou o Estado e as empresas da administração pública a reduzirem sua participação na economia, por meio de venda de empresas para a iniciativa privada. O principal exemplo é a Petrobras que desde então tem implementado um programa relevante de desinvestimentos, tendo sido responsável por algumas das maiores transações de fusões e aquisições ocorridas nesse período, muitas envolvendo um investidor estratégico internacional como comprador dos ativos”, explica o sócio. O resultado expressivo de 2019 também é fruto das transações domésticas, que se beneficiaram do cenário de maior estabilidade e previsibilidade econômica. Nesse período, essas transações saltaram de 550 em 2018 para 782 em 2019 – crescimento de 42,2%. As aquisições por empresas estrangeiras também tiveram expansão relevante, de 19%, totalizando 374 transações em 2019 ante 315 em 2018. Estas operações apresentaram forte aceleração no segundo semestre de 2019, quando foram concretizados 223 negócios, em comparação com os 151 do primeiro semestre. 

Internet e tecnologia lideram ranking 

O setor de internet manteve a liderança no ranking da KPMG em 2019, registrando uma alta de 73% em número de transações no ano, passando de 169, em 2018, para 293, no ano passado.  Na sequência, estão os setores de tecnologia da informação (158), hospitais e laboratórios de análises clínicas (87) e o segmento imobiliário (77). Segundo Santos, no caso de empresas de internet, a maioria das transações é de menor porte e representa um fenômeno natural de consolidação em um setor no qual o ritmo de inovação é intenso e permanente. Em muitos casos, empresas menores recorrem à fusão com concorrentes de porte semelhante, em busca de ganhos de escala e de maior competitividade. Já as aquisições são tipicamente lideradas por empresas maiores, muitas vezes, tradicionais em seus setores de atuação, em busca de novas tecnologias que possam rapidamente se incorporar ao seu modus operandi. 

Sudeste lidera fusões e aquisições 

As regiões Sudeste e Sul destacaram-se entre as com maior número de operações: no Estado de São Paulo, foram 750; Rio de Janeiro, 119; Paraná, 73; Minas Gerais, 60; Rio Grande do Sul, 53; e em Santa Catarina, 44. 

Próximos anos 

O mercado de fusões e aquisições deverá seguir crescendo, segundo análise do sócio-sênior da G5 Partners. Há vários setores com potencial elevado de consolidação no País, conforme destaca Santos. “As empresas de internet e tecnologia, em particular as Fintechs que têm foco em serviços e produtos financeiros, vão continuar exigindo dos players estabelecidos respostas rápidas, por meio de soluções que complementem suas ofertas e lhes garantam maior competitividade. Isso, em muitos casos, se dará por meio de estratégias de aquisições implementadas por bancos e outros players estabelecidos. O quadro de juros reais baixos e inflação controlada, associada à crescente necessidade das empresas em geral de obter recursos para investimentos de expansão, levará a uma contínua alteração na dinâmica de relacionamento entre investidores, empresas e provedores de serviços financeiros — ainda fortemente dependentes de um pequeno número de instituições bancárias de grande porte. Trata-se de um fenômeno global que promete continuar movimentando o mercado brasileiro nos anos futuros”. Outros setores que deverão ter maior atividade de fusões e aquisições incluem aqueles ligados à infraestrutura de logística, como estradas, portos e aeroportos. Setores de energia (óleo e gás), eletricidade e saneamento básico também deverão ver maior movimentação de negócios. Setores brasileiros que possuem vantagens comparativas, como papel e celulose, mineração e a cadeia do agronegócio, devem continuar despertando o interesse de investidores internacionais, sendo alvo natural de fusões e aquisições. 

Por fim, os setores que se beneficiam diretamente do aumento do nível de emprego e da renda média do cidadão brasileiro poderão ver ainda maior consolidação do mercado doméstico. Destacam-se nesse grupo principalmente os setores de saúde, educação e o varejo de forma ampla. “A partir do momento em que há estabilidade e maior previsibilidade econômica, as empresas se sentem mais confortáveis para investir, levando a uma natural tendência de consolidação de mercado através do uso de estratégias de fusões e aquisições”, finaliza o sócio-sênior da G5 Partners. 

G5 Partners 

Há quatro anos, a área de Assessoria Estratégica da G5 Partners é líder em fusões e aquisições entre as casas independentes no Brasil*. 

*Fonte: Bloomberg, Thomson Reuters, Ranking Anbima de Fusões e Aquisições. Janeiro de 2020 

Copyright © G5 Partners – Além dos Resultados – Todos os direitos reservados – Política de Privacidade. LEN comunicação e branding