Realizamos mais uma edição do G5 Talks, com a presença de José Roberto de Castro Neves, advogado e professor de Direito Civil na PUC- RJ. Especialista na obra de Shakespeare, ele conversou com os nossos sócios Marcelo Lajchter e Levindo Santos sobre as mensagens contidas na obra de um dos maiores escritores ocidentais de todos os tempos.

Castro Neves é sócio-fundador do escritório Ferro, Castro Neves, Daltro & Gomide Advogados, com atuação destacada nas áreas de contencioso, civil e comercial, e arbitragem. Além de jurista, é um grande humanista com larga produção literária, com publicações em distintas áreas do Direito e sobre diversos temas culturais. Alguns de seus títulos são “Medida por Medida – O Direito em Shakespeare”, “Como os Advogados Salvaram o Mundo”, “Os Advogados vão ao Cinema”, “O Espelho Infiel” e o mais recente, “Shakespeare e os Beatles: o Caminho do Gênio”.
O G5 Talks é um projeto por meio do qual lideranças empresariais trocam experiências e aprendizados com o time da G5 Partners.
Sobre Shakespeare
No bate-papo, José Roberto discorreu sobre o autor inglês, destacando o seu contexto histórico, político e social. Em sua exposição, ele destacou que o “bardo” foi essencialmente um autor popular e que sua obra, produzida há mais de 400 anos, permanece incrivelmente contemporânea.
A riqueza do que Shakespeare tem a dizer sobre a humanidade – que tanto amava – aparece em centenas ou milhares das falas que escreveu. Shakespeare escreveu essencialmente três tipos de peças: históricas — da Inglaterra —, comédias e tragédias. “O teatro era a grande diversão dos cidadãos e a forte liberdade de expressão favoreceu o florescimento do teatro em Londres”, destacou o professor.
A leitura de Shakespeare
De acordo com o José Roberto, um dos grandes diferenciais do autor inglês é a falta de respostas exatas para as situações apresentadas: “Ele deixa muitas coisas em aberto para que o leitor/espectador possa se questionar e, no processo, participar. Isso representa uma forma importante de sedução da sua obra”.
Além disso, “em suas peças não há espaço para o “divino”. As vitórias e as desgraças ocorrem como consequência das ações e decisões do próprio homem. Outro ponto extraordinário da obra shakespeariana é que nela, as personagens nunca são totalmente boas ou más, havendo um pouco de ambos em cada uma.
Para quem pouco conhece ou ainda não teve contato com as obras do bardo, a dica é ler obras introdutórias, que apresentam as obras de Shakespeare e podem ajudar na observação dos valores e significados de cada texto. Dois exemplos são a “Invenção do Humano”, de Harold Bloom, e “Shakespeare – O que as Peças Contam”, da brasileira Barbara Heliodora. Para os que buscam se aventurar diretamente nas obras de Shakespeare, José Roberto sugere “Romeu e Julieta”, “Hamlet”, “Macbeth” e a divertida “A Megera Domada”.
Ao finalizar, Castro Neves chamou atenção para um dos grandes ensinamentos da obra de Shakespeare: “Estar preparado é a chave para se ser feliz. E o início dessa jornada passa sempre pela curiosidade”.
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